quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Crise financeira internacional, e a Medida Provisória (MP) 443

Caro leitor estava assistindo hoje audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. No canal câmara do senado.E lá estavam o ministro da fazenda Guido Mantega e o presidente do Bacen, Henrique Meirelles, debatendo sobre a crise financeira internacional, e a Medida Provisória (MP) 443, que cria um braço de investimentos e participações na Caixa Econômica Federal, a CAIXAPAR, que possui arestas que podem ser corrigidas no Parlamento. Mantega destacou, por exemplo, que o objetivo central da MP é abrir a possibilidade de a Caixa se tornar sócia de empresas do setor de construção civil. “Não era para ela deter participações de um modo geral. Devíamos ter sido mais específicos”, reconheceu. Guido Mantega. O ministro disse ainda que a MP devesse deixar mais claro que a Caixa entrará como sócia minoritária. "A medida foi elaborada no mesmo dia em que estávamos (Mantega e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles) na Câmara e não deu para analisá-la com toda tranqüilidade", falou Guido Mantega. O ministro também afirmou que o Brasil não entrará em recessão apesar da crise financeira global já ter colocado grandes economias à beira de um processo de retração. “Acredito que vai haver uma desaceleração do consumo e do nível de atividade no Brasil, mas não teremos recessão no Brasil.” afirmou o ministro. Guido Mantega pensa que, o pior da crise já pode ter passado, mas isso não pode diminuir a atenção sobre o assunto e que o governo deve revisar suas estimativas de crescimento para 2009 por conta das turbulências, mas Mantega afirmou que ainda é cedo para fazer novas projeções. O ministro afirma que não é um “pacote” de medidas, como o EUA e Europa estão fazendo, mas sim, algumas medidas pra conter a crise e também não deixar de lado a inflação. O cenário internacional vem desde setembro se deteriorando, o governo lançou mão de uma série de medidas para garantir linhas de crédito e estabilidade aos mercados do país. Henrique Meirelles, afirma que às vendas de dólar no mercado à vista feitas pelo BC somaram até agora 4,6 bilhões de dólares e que somente com swaps cambiais tradicionais o Bacen gastou 20,1 bilhões de dólares. O presidente do Bacen afirma, pois, portanto além das medidas já adotadas, antecipou que outras ações estão sendo estudadas como um mecanismo de financiamento mais direto para exportadores, tendo como garantiras operações de Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC). E também esta de fato estudando o que a mais poderá ser feito para tornar mais eficaz esse conjunto de medidas, afirmou, acrescentando que o Bacen está contemplando medidas adicionais para que os recursos liberados do compulsório cheguem aos bancos de menor porte. Porquanto de reconhecer a gravidade da situação do crédito, o presidente do Bacen tentou demonstrar que a compressão dos empréstimos dentro do Brasil não foi tão severa quanto em outros países. Henrique Meirelles afirma que a média diária das concessões de crédito do sistema financeiro nacional deve fechar outubro com uma queda de cinco por cento, bem melhor do que o verificado no início do mês, quando a taxa de compressão estava perto de dezoito por cento. Sobre os problemas vividos por algumas empresas brasileiras com derivativos cambiais, Guido Mantega afirmou que parecem estar próximos do fim e que algumas empresas que apostavam na valorização do real frente ao dólar sofreram fortes perdas quando a moeda norte-americana disparou. O ministro da fazenda ainda voltou a falar que o governo não tente em mente ajudar diretamente essas companhias que perderam em suas apostas nos mercados de derivativos, mas sim apesar de manter o otimismo em relação ao desempenho da economia em 2009. O ministro da fazenda defendeu a adoção de uma política anticíclica no Brasil para garantir um ritmo de crescimento razoável para o Brasil, a política anticíclica, é de não permitir que o ritmo de crescimento despenque abaixo de um assentado ritmo.