quinta-feira, 24 de março de 2011

Breve comentário da guerra entre Irã e Iraque

O conflito internacional protagonizado por Iraque e Irã foi, sem dúvidas, um marco para as Relações Internacionais. A guerra, que teve a duração de 8 anos, foi caracterizada por estrategemas de ordem geopolítica.
Visando uma unificação nacional em território iraquiano, Saddam Hussein buscou atacar o Irã, motivado pela aproximação do Estado iraniano com a população xiita iraquiana, a qual representava a resistência no Iraque e deveria ser oprimida para que a unificação fosse alcançada.
O Irã, que estava passando por um célere processo de desenvolvimento e modernização, recebeu armamentos dos EUA em troca de petrodólares. Todavia, o contraste exacerbado entre o luxuoso lifestyle da monarquia e as condições de pobreza da população resultaram na substituição do líder estatal.
A revolução iraniana tornou o país vulnerável; fato que foi aproveitado pelo Iraque, o qual iniciou a guerra, invadindo e bombardeando o território do Irã, por ironia, com armamento bélico norte-americano, dentre outros.
Os maiores problemas enfrentados pelo Irã foram logísticos: a falta de fornecedores de armamento e os diferentes padrões de armamento utilizados pelo exercito, em sua maioria provinda do ocidente.
Como plano para resolução da crise no oriente médio o presidente Regan dos EUA iniciou uma aproximação com o Irã através da venda de armamentos, essa operação era denominada Irã-contras, pois a comercialização das armas era feira através dos contras da Nicarágua. Desta maneira procurava-se o pluralismo geopolítico do golfo pérsico. Esta política enfrentou grande resistência e desaprovação no congresso norte-americano.
Na Década de 80 com uma política neutralista, o presidente Carter buscou a manutenção da cadeia energética do golfo, Vital para os Interesses nacionais dos EUA. Nesta época não se mantinham relações diplomáticas nem com o Irã nem com o Iraque, porem definia-se como objetivo da política externa norte americana impedir a ascensão de um novo líder regional.
A política de neutralidade funcionava muito bem só nos discursos da casa branca, em 1986 com o apoio dos EUA e a utilização de armamentos químicos e biológicos pelo governo iraquiano, reprovado pela ONU, porem sem coerção a este estado, resultou em uma posição mais ofensiva do Iraque na guerra contra o Irã. Estas ações aliadas com a participação direta dos EUA e Europa com o envio de tropas militares e outros serviços secretos como o auxilio de satélites na guerra fez com que o Irã concordasse em terminar a guerra em 1988. Garantindo desta maneira o suprimento energético do ocidente.
Nesta guerra não houve preocupações com o numero de vitimas ou a maneira como se conduzia os ataques químicos e biológicos. Parecia que quanto mais tempo dura-se a guerra melhor, desde que o suprimento energético dos EUA e seus aliados fossem mantidos, representando um equilíbrio entre EUA e URSS no contexto de guerra bipolar.

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